quarta-feira, 29 de maio de 2013

Retrato do Artista Quando Coisa em Fortaleza!


       No feriado a Bololô também viaja! 

     Sexta e sábado (31 de junho e 1 de maio) estaremos em Fortaleza apresentando o espetáculo Retrato do Artista Quando Coisa, no Theatro José de Alencar. 
     Após a experiência de apresentar o espetáculo pela primeira vez num teatro tradicional, como foi a apresentação do dia 17 de maio no tradicional Teatro Alberto Maranhão, em Natal - RN, essa é uma outra primeira vez do Retrato. É a sua primeira viagem, e a Bololô está muito contente com seus primeiros passos.
    Convidamos todos os amigos, amantes de teatro, de dança, de cores, enfim... todos que estiverem em Fortaleza, a assistir nosso espetáculo de quintal!


        
"As coisas não querem mais ser vistas por pessoas razoáveis:
Elas desejam ser olhadas de azul –
Que nem uma criança que você olha de ave." (Manoel de Barros)

      É preciso transver o mundo, disse Manoel. O espetáculo Retrato do Artista Quando Coisa é o resultado de uma série de transvisões e transversões, é o fruto do olhar modificado dos atores pela poesia cheia de deslimites do Manoel, é invenção do olhar que vê de azul. Os atores, assim, com o olhar azulado e cheio de pássaros e atento mesmo para as coisinhas mais ínfimas, convidam a o público a transver: as cenas, os objetos, a eles, a si mesmos, enfim, as coisas. Pois tudo vira coisa, tudo fica passível de transformação, de ser visto de azul, de ser revisto e transvisto.

      O espetáculo tem predileção por transver as coisas abandonadas, tem um olhar para baixo – como o que Manoel confessou ter. Os objetos que compõe o cenário são trastes encontrados no meio da rua, ou inutilidades trazidas a titulo de descarte pelos próprios atores ou por amigos.

       Os atores se abandonam às coisas, para delas extrair poesia, para fabricar brinquedos com palavras, para revelar seus retratos. O espetáculo é, antes de tudo, um convite. Um convite à brincadeira, ao feitiço da poesia, ao encantamento, à desconstrução das palavras acostumadas, ao deslimite.


Local: Theatro José de Alencar
Valor: Gratuito (Os ingressos são distribuídos com uma hora de antecedência).
Data: 31 de maio e 01 de junho.
OBS: Na sexta, sessão única às 19:30. No sábado com duas sessões: a primeira às 18:00 e a segunda às 20:00.  

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Na Mesa com o Bobo esse final de semana!



     Convidamos todos a experimentarem um pouco do gosto do nosso banquete de delírios, fantasmas e bobos. Apresentamos neste final de semana (dia 26 - domingo) o experimento "Na mesa com o bobo", no Espaço Gira Dança (Rua Frei Miguelino, nº 100, Ribeira), às 19 horas!


     O experimento nasceu quando a Bololô foi convidada pelo Grupo de Teatro Clowns de Shakespeare a participar do projeto Jovens Escribas em Cena, parceria entre o coletivo de escritores Jovens Escribas e os Clowns. O experimento foi construído a partir do texto Yorrick, do escritor Márcio Benjamim.  



     O que pode um bobo triste? Dançar, cantar, contar a mais absurda das piadas? Quem leva a sério as palavras de um bobo? Quem leva a sério as previsões de um louco? Talvez nos tenhamos compadecido com Yorrick, porque, às vezes, partilhamos da sua tragédia, do seu silêncio, da sua impotência. Porque, às vezes, temos de rir quando queremos chorar. Porque fingimos e inventamos. Porque abdicamos da nossa verdade em favor da mentira alheia. Por um milhão de outras razões. Yorrick é o bobo mais bobo.  Quando criança, Hamlet montava em suas costas e o fazia trotar como um cavalo. Quando adulto, Hamlet vê fantasmas e profere o famoso “ser ou não ser?”, esquecido do seu bobo da infância. Dele só se lembra ao se deparar com sua cova aberta. Yorrick, obviamente, não é mais. Então entramos nós, a imaginação e a loucura do teatro, que o revive e empresta a ele um pouco da nossa própria voz. Yorrick, portanto, é. Passa a ser. Somos juntos.
     Nós, atores, criadores, loucos também, agradecemo-lo pela existência.
     Arlindo, Luana, Paulinha e Rodrigo.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Oficializada a união!

Alex concentrado no meio dos trastes que compõem o cenário do Retrato

     Alex Cordeiro é parceiro da Bololô há muito tempo. Vem estado com a gente desde o comecinho, quando a gente ainda nem sabia o que era esse nosso bololô, e Alex sempre esteve presente, sempre solícito, sempre cúmplice, sempre amigo. Dirigiu Todo Avental, ajudou na técnica do Na Mesa com o Bobo, é operador de luz e assistente de direção do Retrato do Artista Quando Coisa... Se tinha alguém com quem sempre podíamos contar, era ele.
     Depois desse tempo todo, desse namoro meio solto, chegou a hora de parar de enrolação e fazer a proposta. Rufem os tambores.... Ele disse sim! Agora é oficial: Alex Cordeiro faz parte do Bololô mais do que nunca. Hoje o dia foi de alegria e abraço no Bololô.
     Estamos juntos, Alex! 

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Ocupação dos Centros do BNB de Cariri e Sousa!


       A Bololô comemora! Fomos selecionados para ocupar os Centros Culturais do BNB do Cariri (CE) e de Sousa (PB) com o espetáculo Retrato do Artista Quando Coisa. 
       E vamos carregando nossa poesia, deixando pedaços de nós nos ciscos...

http://www.bnb.gov.br/content/aplicacao/centro_cultural/eventos_especiais/docs/projetosselecionados_edital_programacao.pdf

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Intercâmbio com a Cia. Atores de Laura

   
Bololô e Charles Fricks (Cia. Atores de Laura)

     À convite do SESC, no dia 24 de abril, a Bololô participou da programação local do Palco Giratório 2013, apresentando o Retrato do Artista Quando Coisa. Entretanto, o convite não era apenas para apresentar o espetáculo, mas também para realizar um intercâmbio artístico com a Cia. Atores de Laura, do Rio de Janeiro.

     Aceitamos empolgados, porque a Bololô acredita profundamente no intercâmbio entre coletivos como fator precioso para o crescimento e enriquecimento do grupo. O próprio Retrato nasceu a partir do intercâmbio com a Cia. Luna Lunera (de Minas Gerais) - intercâmbio este que foi uma experiência definitiva para que nós da Bololô firmássemos ainda mais decididamente nossa intenção de continuar a prática de intercâmbios, tanto para projetos futuros quanto para ações formativas do nosso presente.  Um intercâmbio artístico é encontro, é troca, é mais do que apenas "ficar por dentro" do que o outro faz, é adentrar (ainda que superficial ou incipientemente) no trabalho do outro - mais ainda, conhecer o que orienta este trabalho - e deixar, por sua vez, o outro conhecer nosso próprio trabalho, nossa criação, nossos modos particulares de transformar o mundo em arte...
     Bom, continuando nossa história... No dia 25, a Bololô assistiu (boquiaberta) ao espetáculo (maravilhoso) Filho Eterno, da Cia. Atores de Laura. E no dia 26 rumamos para o intercâmbio. Nos encontramos com o Charles Fricks, ator da Cia. Atores de Laura, e já prevíamos (pelas apresentações e breves conversas trocadas nos dias anteriores, ao final dos espetáculos) que o intercâmbio seria leve e proveitoso.
     No primeiro momento, contamos ao Charles como foi o processo criativo do Retrato, seus trancos, barrancos, descobertas, achados e tesouros. No segundo momento, propomos alguns dos procedimentos de criação que foram essenciais para o surgimento e a elaboração das cenas que mais tarde viriam compor a encenação.
     Charles aceitou nosso convite e nossas proposições com muita gentileza e disponibilidade - foi conosco para a rua, voltou o olhar para o chão e catou miudezas e coisas abandonadas, que levamos pra sala e transvimos, ressignificamos. Ressignificar objetos abandonados (ou desvinventar objetos, como diria Manoel de Barros) foi um dos primeiros exercícios que fizemos ao iniciar o processo criativo do Retrato, exercício que acabou guiando o rumo que o espetáculo iria tomar. Então criamos, inventamos, fizemos o que sabemos fazer, o que Manoel nos inspirou a fazer.
     Depois foi a vez da Bololô adentrar no processo e nos procedimentos que fizeram o Filho Eterno acontecer. Charles nos contou como nasceu o desejo de fazer o espetáculo, e como o processo foi se delineando. Experimentos alguns exercícios propostos por ele; alguns mais físicos, de treinamento, e outros que visavam mais a experimentação e criação cênica. Um dia de trabalho, e muitos aprendizados.
    A Bololô é ainda uma companhia jovem, que está construindo e refletindo sobre sua identidade, sua poética, suas formas. Essa troca, além de nos propiciar o prazer de conhecer um profissional admirável, nos abre os olhos para antever novas ou outras formas, outras poéticas, outras identidades. E com isto aprendemos. Com isto vamos encontrando nosso lugar e substanciando a arte fazemos e a que servimos.