terça-feira, 2 de abril de 2013

O Retrato pelo olhar azulado dos espectadores...

     Uma das maiores satisfações de apresentar nosso Retrato do Artista Quando Coisa são as mensagens cheias de carinho com que somos presenteados por alguns espectadores depois.


Foto: Diego Marcel. 


     Segue abaixo duas dessas mensagens. A primeira veio da nossa querida amiga Luci Ataide Braga, que acabou de dar à luz ao seu pequeninho Hare:

      "Depois de Hare, melhor presente da minha vida, hoje recebi o segundo. O espetáculo 'O retrato do artista quando coisa' da Bololô Cia. Cênica é incrível! O artista quando coisa faz muitas coisas, faz rir e chorar, faz pensar e sonhar. Retrata o que há de dentro pra fora, mas que muitas vezes fica só ali dentro. Transverte e veste a alma de contos e inventa cores. É belo, é muito belo. Também fascina, encanta, inventa, reinventa, grita, canta, goza, desnuda aquele corpo que se diz só. Sim, somos sós, mas retratando as coisas dos artistas, somos muitos em um só!
      Obrigada, muito obrigada Luana Menezes Arlindo Bezerra Silbat Rodrigo Paulinha Medeiros! Vou continuar sonhando..."

    
    A segunda veio de George Holanda, ator e amigo - que nos foi assistir na primeira e na segunda temporada - e que nos escreveu, inspirado, segundo ele mesmo, por Manoel de Barros e João Cabral de Melo Neto. 

     "Um sábado, que por ser à tarde é mais quintal. Um novo trabalho, que por ser estréia é mais nu. Um teatro, que por ser Casa é mais cristalino. Palavras que, como latas, encontram a gente. Palavras que se desnudam para vestir outras roupas. Objetos-coisas que juntos perdem sua memória e formam uma nova família. Um chão que parece barro(s). E pessoas que não querem ser mais pessoas, mas coisas. Pois, como coisa se pode ir além, não ter limites. Como cada coisa está impregnada de pessoas! E ao mesmo tempo que cada pessoa de coisas. Coisas que pesam, mas que preenchem. Que cabem numa lata e que consolam o espírito. E essa pessoa, quando artista-coisa, se liberta e encontra lugares que não existiam. E vão à Bulgária numa maleta. Ou se vestem de maleta para brincar com uma caixa de papelão. Um estado de coisa que só no meio de outras coisas para se sentir em casa. Ali, deitada, falando coisas, abraçando antíteses, sorrindo ao passado. E, no final, um quintal é revelado de outra forma, por janelas que cabem pessoas e histórias. E abertas, essas janelas fazem com que os artistas-coisas voltem a ser pessoas. Pois para essa antítese não há escapatória. E numa porta que se abre, no momento exato, se faz mais um encontro. E o ausente, tão presente, entra para também virar coisa. Uma tarde que encontrou nossos quintais. E que sorriu para o passado. Mas que caminha para o futuro."  


Obrigado por visitarem nosso quintal e se deixarem ver de azul!

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